quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Chacoalhavam as Estrelas

Chacoalhava as estrelas aquele riso encantado.
Não sei ao certo 
se Deus o fez para a santidade 
ou para o pecado.

Meu Deus, aqueles lábios!

Aquele corpo só podia ser divino,
mas me recuso a acreditar 
que Deus colocaria na terra, 
tão pura beleza se não para nos testar
diabolicamente a carne laça que tremia 
ao toque quente na brisa gelada.

A lua estava tão grande... 
Tão grande quanto os seus olhos amendoados.
Fecho agora os meus,
e quase posse sentir a cantiga dos sapos a namorar a lua,
o bater das asas dos mosquitos em algum lugar,
os pneus de carros que iam para qualquer lugar.

... E as ondas do mar... elas iam, 
elas vinham,
elas viam o nosso amor! 
Elas riam
e aquele riso
chacoalhava as estrelas. 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Moribundo

"Aqui jaz... Eu moribundo, entrevado nessa cama de braços dado com a doença, Pensando na morte, aquela senhora vestida de preto viúvo com uma rosa vermelha chorando... Os outros moribundos querendo eles sofre, digo lhe sofrer... Ah tanto faz a vida como a morte!
Somos todos moribundos sofrendo, lamentando pelas mesmas coisas, amamos as mesmas coisas e vivemos moribundos, pois somos moribundos!" 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Ato I - A morte de Julieta

 “Corvos sobre voam em volta do meu podre coração...”
                                              Julieta, a morta...

 Ato I – A morte de Julieta.

O veneno percorre por minhas veias, e eu só consigo enxergar meu belo Romeu.
Eu sinto a dor pelo que acabei de fazer,
mas foi pelo amor que sinto, e se não posso tê-lo não mereço essa vida.
Mas algo no rosto de Romeu não me agrada
-Romeu, é sua vez de beber! Venha se juntar a mim no paraíso. Viveremos juntos por toda a eternidade.
- Não posso Julieta! Desculpe mas eu não posso...
Meu coração pulsa, eu sinto que estou nos meus últimos suspiros. O veneno caminha por todo meu corpo e só sinto a dor.
O ódio me tornou irracional, eu estou morrendo por alguém que não me amou? Lágrimas percorrem o meu rosto, eu quero viver, não quero sentir essa dor,
Não quero sentir esse amor.

-“Por que meu Romeu fez isso?”
Essas foram minhas ultimas palavras antes de cair no abismo... 
O qual ele jogou-me...

                                                                                             Julieta, a morta

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A dança de fogo e gelo – Sif e Aziz

A dança de fogo e gelo – Sif e Aziz

Todos já haviam se retirado da praia, menos Erik. Sentado sobre uma dimmu borgir , ele tentava debalde conter as lágrimas pensando na sua amada Sif.

“Ah! Sif. Por que tu tinhas de deixar-me aqui a esperar pelo dia em que uma espada, fainalmente atravesse meu peito p’ra me levar até tu? Deuses! Odin, grande Odin! Por quê?”

O vento soprou mais forte. As ruivas madeichas do guerreiro se agitaram. Tudo ficou tão gélido quanto uma nevasca em pleno inverno e então uma voz soou atrás do rapaz.
“Se queres saber, meu jovem, tua amada não se encontra nem nos meus domínios nem nos de Odin.”
“Quem está aí?” perguntou Erik se levantando brucamente e olhaando ao redor.
“Ora. Houve um tempo em que os mortais se curvavam diante de nós deuses.” Falou novamente a voz, desta vez se revelando. A visão fez com que Erik emudecesse. Tratava-se de Hella, deusa dos mortos. A deusa possuia metade de seu corpo como se fosse uma bela mulher de cabelos negros e faces rosadas e, a outra metade era de um terrível cadáver em decomposição.
“Primeiro te levantaste contra mim e agora te fazes de surdo às minhas palavras?” continuou Hella.
“N… nã… não. Digo… não temo tua presença e tampouco proferi ou fiz algo para vos ofender deusa Hella.” Disse o bravo guerreiro tentando manter-se calmo diante da terrível divindade. “Tu, grande deusa dos mortos, disseste que minha amada Sif não se encontra nem no mundo dos mortos nem entre os grandes deuses. Como é possível? Ela queimou viva junto ao corpo do pai…”
“Cale-se! Duvidas de mim?”
“Não, deusa Hella… eu só…”
“Tu… tu… tu só o quê? Esqueça-te de ti, vim, pois o dito pai de tua amada não conseguiu entrar em Valhäll e tampouco pode ir para meus dominios.”

Erik estava confuso. Se Sif não estava em Valhäll nem Nifelheim… “ela está viva!”
Gritou ele de felicidade. “não importa onde tu estás minha amada, hei de te encontrar em qualquer um dos Nove Mundos.”
“Que romântico. Mas uma alma deve servir de oferenda a mim, por me causar tanto transtorno, e eu quero a tua!” disse Hella pondo-se a frente de Erik.
Este num rompante desembainhou a espada e apontou para a deusa dizendo “não me importa se tu és deusa dos mortos e se és imortal, sei apenas que se eu tiver de lutar contigo ou qualquer outro ser para reencontrar a Sif, eu lutarei!”

“Guarde tua espada bravo guerreiro. Hella faria com que tu sentisses o gosto do aço dela. Mas isso, seria uma pena e eu não posso permitir.”
“Njord!” exclamou Hella “volte para as profundesas do mar seu covarde!”

Njord era o deus do mar e da pesca. Uma bela figura. Jovem, alto, cabelo loiro escuro e olhos tão azuis quanto o mar onde habitava.
“como disse… não deixarei que toques no rapaz, não enquanto ele estiver próximo aos meus dominios suaa bruxa. Agora volte para as nevoas d’onde jamais deveria ter saído abominação.”
“Pois muito bem” respondeu a deusa semi decomposta ao senhor dos mares do Norte. “por hora deixarei o rapaz em paz, mas somente por hora. Pagarás caro por ter-me feito descer de meu trono em Nifelheim e vir até Midgard.”
Ao termino disso, a deusa desapareceu envolta por um manto de nevoa.

“Bem meu rapaz, tu arranjaste uma inimiga e tanto.” Disse Njord com um leve sorriso a Erik. 
“E tu ganhaste um fiel seguidor bom deus dos mares. Tenho-lhe uma dívida e jamais me esquecerei disso.” Respondeu-lhe Erik.
“Ora, saberá pagar-me no momento certo, sei disso. Além do mais, fazia tempos que queriaa enxotar a Hella maneira…” ele fez uma pausa, logo continuando “Ouvi teu lamento, e apesar de não ter rogado a mim unicamente, sei o que é estar distante daquela que amamos. A tua Sif foi raptada por um barco bárbaro. Decidi não interferir, mas, agora sabendo de toda a hsitória, penso que posso lhe ajudar nobre guerreiro.”

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ato II O Lamento de Romeu



" O pássaro que tentava aprisionar, se machucou e se libertou."  

                                                                   Romeu, o assassino.


"A culpa perfurando meu coração, lembranças que não vão embora.
Sofrendo com a cruz que carrego,vejo uma vida sem sentido
As cores que via ao nascer do sol se foram assim
 como o vermelho ruivo do seu cabelo, seus olhos verdes e seu sorriso amarelo.

Tudo minha culpa, um erro fatal que cometi naquela noite.
O ciumes me invadindo fiquei cego por você...
Por você matei ela, para sermos livres?
Mais como posso ser livre com essa culpa?
E se por um lado a culpa não for minha ?
E esse sofrimento vai ter um fim ?

Se pode-se conta-la os motivos em vez de ficar aqui no seu tumulo 
remoam do minha culpa aumentando meu sofrimento..."
                                                                        
                                                                   Romeu, o assassino!

terça-feira, 26 de março de 2013

Obrigado!


Entre luz do Sol, pela janela do meu quarto
Para iluminar, e esquentar minha vida
Depois dessa madrugada escura e fria

Obrigado travesseiro, 
Por ser meu ombro amigo
Desculpa por ter te molhado com minhas lágrimas
Não foi minha intenção

Obrigado cobertor,
Por ter me protegido do frio,
E me encasulado em meu mundo,
Me dando condições para completar minha metarmorfose

domingo, 24 de março de 2013

Os poemas jamais lidos… - Capitulo 1

Os poemas jamais lidos… - Capitulo 1

“Rodolfo… meu bem… está escrevendo aquelas bobagens de novo?” Indagou sua mãe entrando em seu quarto com olhar um tanto preocupado.
“Não são besteiras mãe. É poesia…” Respondeu Rodolfo olhando para a mãe e tornando a baixar a cabeça como que tentando esconder o que escrevia. Sua mãe o olhou balançando a cabeça e se aproximou dele dizendo “ora meu filho, veja como o dia está lindo lá fora. Não quer sair como qualquer pessoa normal faz?”
“Não!... digo… talvez. Não tenho com quem sair mãe…” Respondeu-lhe um tanto incomodado.
Sua mãe o observou por um tempo com olhar amargurado, mexeu em seus cabelos e saiu do quarto dizendo “está bem, e agora não se demore muito aí, o almoço logo sai.”

Rodolfo olhou para trás como que para verificar se a mãe já havia realmente saído – Ele bem sabia que sua mãe, dona Mariana por vezes, costumava ficar silenciosamente na entrada de seu quarto para espiar o que ele fazia. – como teve certeza que ela já havia ido, voltou o olhar para seus escritos, seu olhar melancólico tornou-se sério por um momento depois convertendo-se num olhar terno. “como pode ser bobagem algo que vem do fundo da nossa alma?” refletiu consigo mesmo o garoto.
Na escrivaninha bastante velha onde se debruçava para se dedicar a leitura e seus escritos, havia uma amalgama de papéis, livros e canetas. Uma verdadeira orgia literária em escala diminuta. Na página de seu caderninho revisava os versos que acabara de escrever:

“Eram como mil pirilampos, cintilando no negrume da noite
as estrelas que sorriam da abóboda da eternidade;
sob o perfume de mil flores, lá no jardim dos amores
deitado nas verdes ramas, eu contemplava o céu, a imensidade!”